sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Triste espanto

A 2 dias atrás, eu fui ao Hospital São Vicente de Paula doar sangue onde, em um bate-papo quase que tradicional com o pessoal do banco de sangue, descobri que as geladeiras estão praticamente vazias tanto de sangue quanto de plaquetas. O mais rápido que pude hasteei a bandeira e comecei a comentar com todos os pude (e lembrei) sobre a doação, eis que então tive a idéia de colocar no MSN um pedido, DOEM SANGUE, quase que imediatamente alguém veio me perguntar o porque daquilo, se estava tudo bem com a minha mãe, visto o seu histórico médico uma preocupação até muito bacana. Logo segui com minha campanha particular o que me levou a ouvir por diversas vezes coisas como "garantiu a vaga no céu", "porque isso agora" ou até "bom menino".

Eu entendo que o elogio manifesta a admiração por algo, seja um gesto, um rosto, um trabalho etc... e embora confesse que isso me massageava o ego não podia aceita-los de bom agrado, não podia me vangloriar disso, não chegarei as raias de dizer que é um obrigação, mas me preocupa muito ver que doar sangue virou algo tão nobre, e não só isso, hoje as pessoas são admiradas e por vezes causam até estranheza quando acham algo de valor na rua e devolvem ao dono, ou quando recebem um troco a mais agem da mesma forma de quando recebem a menos, quando simplesmente quando não tiram vantagem de uma situação pelo simples fato de serem honestos.

Vamos pensar um pouco, porque esta tão raro ouvir "Esse cara é honesto" como uma mera observação? Porque as virtudes mínimas tem se tornado opcionais? Porque o espanto em que se faça o bem a outro por pura vontade? Não espero que vivamos apenas de virtuosos, que todas as pessoas sejam boas, isto é utopia, mas que pelo menos seja algo comum, que não cause tanto espanto ver "pessoas comuns" agindo assim, que não esperemos a caridade ativa, o gesto nobre, o ato do bem apenas das Zildas Ars, dos Betinhos e muitos outros semi-anônimos, esperemos isso do nosso vizinho, do nosso colega de trabalho, de um estranho na rua, de nosso espelho! Não vamos mais nos sentir acanhados ou em casos extremos até envergonhados em ajuda para outros, vamos criar o assunto ao invés de espera-lo acontecer.

"Quero viver de sonhos, de sorriso, de olhares brilhantes...quero fazer diferença na vida das pessoas e na minha vida. Pretendo deitar a cabeça no travesseiro e dormir sorrindo pelo simples fato de ter feito alguém mais seguro, mais feliz. Não tenho medo do trabalho difícil, trabalhoso...o único medo que tenho é o de não fazer a diferença." (Gabriella Russano, 25-02-2010)

Eu imploro! Leiamos, entendamos, façamos coro, façamos músicas sobre isso, cantemos a plenos pulmões, com o mesmo afinco que cantamos sobre o amor, pois não há diferença.
Não precisamos apagar o incêndio, apenas pingue a sua gota.

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Informações sobre doação de sangue:
http://www.hemorio.rj.gov.br/

Informações sobre doação de medula óssea:
http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=64

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2 Comentários:

Blogger Unknown disse...

Gostaria que todos tivessem essa preocupação. Entro no seu grupo para doar a minha gota à consciência das pessoas. Divulgarei as informações acima, mesmo sem toda essa sua esperança de que muitos vão ouví-las.
Por outro lado, saber que existem pessoas como você já me anima a tentar.

3 de março de 2010 às 10:04  
Blogger Unknown disse...

Fico feliz por fazer parte deste processo...não vamos nos calar... continuemos na busca constante de fazer o bem, de fazer a diferença. Que sejamos como a gota de óleo que contamina um reservatório. Eu acredito!! "O amor é contagioso"!

4 de março de 2010 às 13:10  

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